China e a Cruzada Contra o Vício Digital dos Jovens

China limita acesso a versão local do TikTok por menores a 40 minutos por dia, após impor restrição de apenas 3 horas de games nos fins de semana

China está devotada a expurgar o "vício digital" de sua população jovem, após perceber que a abertura dada ao setor tecnológico nos últimos anos, visto pelo governo como uma forma de engordar o caixa, gerou conflitos com a ideologia do Partido Comunista, liderado pelo presidente Xi Jinping.

Além de Pequim apertar fortemente a coleira no pescoço de gigantes como Tencent, Alibaba e outras, restrições pesadas ao acesso de apps e games vêm sendo impostas a menores de idade, a fim de evitar que estes se tornem cidadãos improdutivos para o País do Meio. O alvo mais recente foi a ByteDance, empresa responsável pelo TikTok.

Em uma nota publicada recentemente em seu blog na China, a companhia anunciou um novo modo de uso para o Douyin, a versão local e original do TikTok, chamado "Modo Jovem". Ele funciona em acordo com as determinações do governo, que implementou em 2020 um sistema de identificação digital, obrigatório para todos os cidadãos conectados.

Usuários identificados pelo app como menores de idade, que devem ser registrados sob observância dos pais, só poderão usar o Douyin por 40 minutos diários, sem contar que parte do conteúdo disponibilizado para consumo terá curadoria com cunho educacional, exibindo vídeos sobre experimentos científicos, exibições em museus e galerias, e paisagens naturais da China.

Desnecessário dizer que como toda rede social no ar na China, as publicações são moderadas por agentes do governo, que derrubam qualquer tipo de "conteúdo indesejável" em dois tempos.

A ByteDance se diz atenta para os casos de usuários jovens que estão usando meios para burlar o sistema de autenticação, a fim de se livrar das limitações de uso em apps e games. Para evitar isso, e ao mesmo tempo se manter alinhada com Pequim, a empresa introduziu um programa que recompensará usuários que relatarem vulnerabilidades e bugs, com vales-compra no valor de ¥ 2.000 (~R$ 1.642,16, cotação de 20/09/2021).

A onda de restrições ao acesso à internet, jogos digitais e redes sociais por menores de idade na China é visto como um ajuste do governo às permissividades concedidas ao mercado na última década. A Grande Abertura, uma série de reformas sociais e econômicas iniciadas em 1978, no governo do premiê Deng Xiaoping, permitiram ao país se modernizar e deixar de ser uma nação essencialmente agrícola, uma consequência direta do Maoísmo.

Em 2010, a China passou o Japão e se tornou a 2ª maior potência econômica do mundo, posto que ocupa até o momento, mas é preciso lembrar que no papel, o país ainda é uma nação comunista, embora tenha se tornado forte ao usar as ferramentas do capitalismo ao seu favor. O problema é que para a nação crescer, foi preciso estabelecer áreas de livre mercado, o que levou ao surgimento das grandes companhias privadas.

Focando exclusivamente no mercado digital voltado a crianças e jovens, a China permaneceu por muito tempo resistente à ideia de jogos digitais em consoles, tanto que entre 2000 e 2014, eles foram completamente banidos do país. Jogos em PC sempre foram relevados, bem como o uso de internet e redes sociais, até o momento em que o vício digital em menores começou a incomodar as autoridades.

Não é preciso ir muito longe para entender o que acontece. Por seguir oficialmente a cartilha socialista, todos sem exceção têm a obrigação de trabalhar em prol do Estado, onde tudo deveria ser de todos e para todos. Companhias como a Tencent, uma das maiores empresas de games do mundo, se não a maior, e a própria ByteDance, dona do Douyin/TikTok, entre outras voltadas a e-commerce (Alibaba), busca e IA (Baidu) e locomoção (DiDi), fizeram muito dinheiro na última década, elevando seus CEOs e executivos ao status de "celebridades", o que o governo entendeu como uma afronta à ideologia nacional.

Com isso, a administração do premiê Xi Jinping tinha argumentos suficientes para enquadrar as gigantes tech, com inúmeros processos e intervenções, de modo a impor um realinhamento doutrinário a elas. Ao mesmo tempo, havia o "dano colateral" a ser lidado, que era forçar a juventude viciada em jogos, apps e redes sociais, a focarem novamente em seus estudos e se tornarem cidadãos produtivos no futuro, pelo bem do Estado.

Garotos jogam Honor of Kings, jogo mobile distribuído pela Tencent, durante evento em Shopping Center na China
Foto: Reuters / Meio Bit

No início de 2020, a lei que impôs o login digital havia também determinado um tempo limite que seria permitido menores de idade passarem em jogos, que originalmente era de 90 minutos por dia, e de 3 horas nos fins de semana e feriados, sendo proibido o login entre 22:00 e 8:00 do dia seguinte. O acesso a microtransações também era limitado conforme a idade, em que menores de 8 anos eram completamente vedados a fazerem compras internas em games.

Só que Pequim decidiu que essas regras eram brandas demais, e desde o dia 1º de setembro, desceu a foice e o martelo com força: o tempo de jogo para qualquer um com menos de 18 anos passou a ser de míseras 3 horas por semana, apenas nas sextas-feiras, sábados, domingos e feriados, e em uma janela pré-determinada, entre as 20:00 e 21:00.

Paralelamente, o governo mantém o que chama de "bases para o desenvolvimento mental da juventude chinesa", um nome bonitinho para centros de reabilitação para viciados em internet e jogos digitais. Voltado para jovens adultos, eles foram centro de polêmica quando um interno de 18 anos morreu em 2017, com indícios de ter passado por vários graus de agressão física. A unidade em questão foi fechada pelo governo e seus responsáveis presos, de acordo com a rede estatal CCTV, por suposto abuso de autoridade.

Os campos, cuja gestão pode ficar a cargo de hospitais públicos ou empresas privadas, oficialmente usam acompanhamento psicológico e treinamentos físicos para diminuir o vício em games e internet dos jovens, mas especialistas dizem que as instalações são uma fachada para campos de reeducação ideológica, basicamente quartéis; a meta seria reabilitar "chineses problemáticos" e realinhá-los ao pensamento coletivo, até por ser público o regimento estritamente militar desses centros.

Vale lembrar que as restrições de uso de apps e games, com limites de dias e horários, não se aplicam a maiores de idade, mas o "exagero" por estes, ao ponto do vício digital, também não é tolerado pelo governo chinês, o que para Pequim justifica a existência e manutenção dos campos de reabilitação.

Jovens passam por treinamento em centro de reabilitação para viciados em internet e games em Pequim, em foto de 2014
Foto: Reuters / Meio Bit

A totalidade das empresas tech foi forçada a entrar na linha, e hoje endossam as modificações apresentadas pelo governo sem questionar (era isso ou mais processos). Para os jovens chineses, igualmente não há alternativas a não ser seguirem a cartilha, diminuírem o uso da internet e jogos, consumirem o que o Estado diz que é saudável, andar na linha para não cair na lista de indesejáveis, e por fim estudarem e trabalharem muito para o crescimento da República Popular da China, do jeito que o ursi-, digo, o premiê Xi gosta.

Fonte: The Next Web

Fonte: China e a cruzada contra o vício digital dos jovens

Fonte: Terra

Chefe do Instagram Compara Danos Mentais Causados pelo Instagram aos Acidentes de Carro

 Redes sociais perigosas? Líder do Instagram compara-as com carros.

“Tudo o que for usado em escala terá resultados positivos e negativos. Carros têm resultados positivos e negativos". disse o executivo. (Paul Morris/Getty Images)

Adam Mosseri não se mostrou preocupado com as conclusões da investigação interna do Instagram.


O responsável pelo Instagram, Adam Mosseri, foi entrevistado no podcast Recode Media (via Mashable) e, entre os temas abordados, esteve a investigação interna da empresa (partilhada pelo Wall Street Journal) e as suas conclusões sobre os danos causados à saúde mental de adolescentes.

Mosseri não pareceu preocupado com o assunto e comparou as redes sociais com carros, notando que é normal que de vez em quando haja acidentes. “Sabemos que morrem mais pessoas com carros, mas os carros acrescentam valor ao mundo do que o que retiram. E penso que as redes sociais são semelhantes”, afirmou Mosseri.

Em resposta, a entrevistadora apontou que os carros são hoje em dia sujeitos a regulamentação, algo que não acontece com as redes sociais. Do seu lado, Mosseri declarou que a regulamentação das redes sociais é bem-vinda, notando todavia que por vezes cria mais problemas do que aqueles que solucionam.

Fonte: Notícias ao Minuto

Chefe do Instagram é criticado por comparação entre carros e redes sociais.

Adam Mosseri fez a afirmação depois de matérias no The Wall Street Journal afirmarem que alguns usuários foram afetados de forma negativa pela plataforma.


Uma série de reportagens do The Wall Street Journal mostrou, recentemente, que o Facebook tem dados que mostram que o Instagram torna a vida de alguns de seus usuários pior — garotas adolescentes, por exemplo. As matérias foram feitas com base em dados vazados ao jornal e mostram, em resumo, que a plataforma está ciente dos efeitos negativos — como depressão e ansiedade — que é capaz de causar, na pressão pela "vida perfeita".

Em resposta a esses questionamentos, o CEO do Instagram, Adam Mosseri, fez uma afirmação polêmica recentemente ao podcast Recode Media, em que afirma que há similariedade entre redes sociais e carros.

"Acredito que qualquer coisa que for usada em escala terá resultados positivos e negativos. Carros têm resultados positivos e negativos. Nós entendemos isso. Sabemos que mais pessoas acabam morrendo porque existem acidentes de carro. Mas em geral, os carros criam muito mais valor no mundo do que destroem. E eu acho que as redes sociais são similares", disse Mosseri.

A fala aconteceu depois de o apresentador do podcast, Peter Kafka, perguntar ao executivo se a rede social deveria ser restringida, caso houvesse um risco de prejudicar a vida das pessoas assim como o cigarro faz. Em resposta, Mosseri se posicionou abertamente contra, defendendo que as redes sociais ofereceriam mais vantagens.

“Absolutamente não, e eu realmente não concordo com a comparação com drogas ou cigarros, que têm vantagens muito limitadas, se houver”, disse Mosseri.

Ainda na entrevista, Mosseri afirma acreditar que alguma regulação é necessária sobre o setor -- ainda seguindo as analogias apresentadas no podcast -- mas que é necessário regular redes sociais, porque isso poderia causar ainda mais problemas.

Instagram e Saúde Mental

Todas as falas surgiram depois de uma reportagem do The Wall Street Journal mostrar, a partir de arquivos internos enviados ao veículo, que o Instagram sabe o quão mal a ferramenta pode fazer a adolescentes. Em um trecho destacado pelo veículo, slides contêm as afirmações: "Uma em cada cinco adolescentes afirma que o Instagram as faz sentir pior sobre si mesmas, com as britânicas tendo o sentimento mais negativo" e "Jovens culpam o Instagram pelo aumento da taxa de ansiedade e depressão", afirma outro.

Os resultados dessas pesquisas, segundo o WSJ, foram obtidos após uma pesquisa de 18 meses, em uma dinâmica chamada de "mergulho profundo na saúde mental dos adolescentes". Além dos resultados apresentados, os pesquisadores também concluíram que alguns dos problemas com os quais os jovens lidavam não eram das redes sociais em geral, mas sim específicos do Instagram.

"Enquanto o TikTok está relacionado a uma percepção de desempenho e o snapchat chama a atenção para os filtros no rosto, o Instagram se concentra fortemente no corpo e no estilo de vida", diz a reportagem.

Os resultados estão em linha com uma pesquisa divulgada em 2017, que mostrou que o Instagram era a rede social mais nociva para a saúde mental. Na época, a pesquisa foi realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem.

Os resultados mostraram que 90% das pessoas entre 14 e 24 anos usam redes sociais – mais do que qualquer outro grupo etário, o que os torna ainda mais vulneráveis a seus efeitos colaterais.Sete em cada 10 voluntários disseram que o app fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem.

O que o Instagram tem a dizer?

Recentemente, o Facebook anunciou algumas medidas para melhorar a saúde mental dos usuários, como retirar o número de curtidas de cada publicação. Mas, ainda assim, a plataforma ainda não havia feito nenhum tipo de pronunciamento a respeito de como os usuários se sentiam tão pior do que em outras redes sociais dentro da plataforma.

Em resposta à matéria do The Wall Street Journal, Karina Newton, chefe de Políticas Públicas do Instagram, defendeu a pesquisa e afirmou que ela representa um compromisso da rede social em lidar com questões difíceis. "Isso demonstra nosso compromisso com a compreensão de questões complexas com as quais os jovens podem lutar e a pesquisa informa todo o trabalho que fazemos para ajudar aqueles que estão enfrentando essas questões".

Ainda no pronunciamento, a executiva afirma que a plataforma está "cautelosamente otimista" de que essas descobertas ajudarão a plataforma a direcionar as pessoas para o conteúdo que as "inspira e eleva, o que, em maior medida, pode mudar a cultura do Instagram centrada na aparência das pessoas".

Correção: este texto foi atualizado na sexta-feira, 17, às 12h03 para deixar claro os termos utilizados por Adam Mosseri em sua declaração ao podcast Recode Media.

Fonte: Exame

EUA/USA. Políticos Querem que Instagram Desista de Lançar APP para Crianças: O Instagram Infantil

 Três senadores da ala democrata assinaram uma carta aberta em reação à recente investigação interna partilhada pelo Wall Street Journal.

© Shutterstock


Três senadores da ala democrata nos EUA enviaram uma carta aberta ao Facebook, onde apelam que a empresa volte atrás nos seus planos de desenvolver uma versão do Instagram para utilizadores mais jovens.

Como conta o CNet, a carta surge como reação à investigação interna do Facebook a que o The Wall Street Journal teve acesso, onde a empresa reconhece impactos negativos na saúde mental dos adolescentes.

“À medida que a Internet - e as redes sociais em específico - se torna cada vez mais enraizada nas vidas das crianças e dos adolescentes, ficamos profundamente preocupados que a vossa empresa continue a falhar na sua obrigação de proteger os utilizadores mais jovens”, pode ler-se na carta, onde se pede que a empresa “cesse todos os esforços” no lançamento da versão do Instagram para crianças.

Leia Também: Instagram reconhece impacto negativo na saúde mental dos mais jovens

Fonte: Notícias ao Minuto


Legisladores do partido Democrata, nos EUA, estão pedindo ao CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, que desista do plano de lançar um “Instagram para crianças”. Eles citam a pesquisa interna da empresa que declara que a plataforma provoca problemas de saúde mental, incluindo ideia de suicídio entre seus usuários adolescentes, principalmente meninas. A pesquisa foi revelada pelo Wall Street Journal, como explicamos aqui.

A exigência surge no momento em que os principais legisladores do Comitê de Comércio do Senado anunciam planos para investigar a empresa com a ajuda de um “denunciante do Facebook”.

“Crianças e adolescentes são populações especialmente vulneráveis ​​online, e essas descobertas pintam uma imagem clara e devastadora do Instagram como um aplicativo que representa ameaças significativas ao bem-estar dos jovens”, disseram os legisladores.

A carta é assinada pelo senador Ed Markey, de Massachusetts, e pelos representantes Kathy Castor e Lori Trahan, da Flórida e Massachusetts.

A conclusão da pesquisa interna, que o Facebook ignorou, foi que uma porcentagem considerável de adolescentes acreditava que o aplicativo era responsável por problemas de saúde mental relacionado a sua imagem.

Membros do Comitê de Comércio do Senado disseram que o Facebook provou ser incapaz de se responsabilizar, dizendo que sua abordagem de “crescimento a qualquer custo” coloca os lucros acima da “saúde e vida de crianças e adolescentes”.

“Quando teve a oportunidade de nos esclarecer sobre seu conhecimento do impacto do Instagram sobre os usuários jovens, o Facebook forneceu respostas evasivas que eram enganosas e encobriram evidências claras de danos significativos”, disseram os legisladores.

Markey, Castor e Trahan comentaram nesta quarta-feira (15), que os documentos outrora secretos destacam “a responsabilidade do Facebook de mudar fundamentalmente sua abordagem para se envolver com crianças e adolescentes online”. Eles sugerem que a empresa comece abandonando seus planos de lançar um aplicativo Instagram voltado diretamente para as crianças.

“A medida que a Internet — e especificamente as mídias sociais — se torna cada vez mais enraizada na vida de crianças e adolescentes, estamos profundamente preocupados que sua empresa continue falhando em sua obrigação de proteger os usuários jovens e ainda não se comprometeu a interromper seus planos de lançar novas plataformas visando crianças e adolescentes”, disse a carta do legislador a Zuckerberg.

Em março, o BuzzFeed News revelou que o Facebook estava planejando construir uma versão do Instagram destinada a crianças menores de 13 anos. Adam Mosseri, o chefe do Instagram, confirmou que a empresa estava explorando a ideia na época.

O Facebook pintou o conceito como uma “solução” para os desafios de verificação de idade em suas plataformas; uma plataforma com controles mais fortes e transparência para os pais (parecido com o YouTube Kids).

Os críticos dizem que o negócio de um trilhão de dólares é motivado puramente pelo lucro e pelo desejo de atrair crianças a seus produtos mais cedo, para que possam ser monetizados como usuários no futuro, da mesma forma que o YouTube Kids atualmente leva os mais jovens a consumirem a plataforma.

Quase todos os lucros do Facebook vêm de anúncios que visam seus usuários com base em uma análise de seus hábitos online.

A carta dos legisladores também fazia perguntas específicas a Zuckerberg. Entre os questionamentos, se ele havia revisado pessoalmente a pesquisa sobre danos psicológicos causados ​​pelo Instagram. Na carta também foi solicitado que o CEO divulgue qualquer plano futuro da empresa para atrair o público mais jovem e a quanto tempo o Facebook vinha estudando o impacto de seus produtos na saúde mental dos adolescentes.

“Diante dessa nova evidência, nós fortemente encorajamos você a cessar todos os esforços para lançar quaisquer novas plataformas para crianças ou adolescentes”, escreveram os legisladores em um trecho da carta.

Fonte: Gizmodo

Instagram: Congresso dos EUA/USA quer Investigar Danos aos Adolescentes

 

Facebook sabe de danos causados por Instagram em adolescentes, afirma reportagem do WSJ. (Fonte: Pixabay/ghcassel/Reprodução) - Fonte:  Pixabay/ghcassel/Reprodução 

Os senadores Richard Blumenthal (Democrata) e Marsha Blackburn (Republicano) anunciaram que vão pedir uma investigação contra o Facebook. O anúncio acontece depois de uma matéria, publicada na terça-feira (14) pelo Wall Street Journal, revelar que a empresa sabe que o Instagram provoca danos psicológicos em adolescentes.

Por conta do relatório, um grupo de democratas, incluindo o senador Ed Markey e as deputadas Kathy Castor e Lori Trahan, pediram ao Facebook, em carta enviada na quarta-feira (15), que abandonasse seus planos de lançar um aplicativo do Instagram para crianças.

"Crianças e adolescentes são populações particularmente vulneráveis online, e essas descobertas pintam uma imagem clara e devastadora do Instagram como um aplicativo que representa ameaças significativas ao bem-estar dos jovens", escreveram os congressistas para a rede social.

Os legisladores republicanos emitiram uma nova emenda no orçamento do governo americano para abordar os efeitos da tecnologia sobre os adolescentes. Anteriormente, o deputado Gus Bilirakis, do partido Republicano, tentou orientar a Comissão Federal de Comércio (FTC) para processar "atos ou práticas injustas e enganosas que visam a saúde mental e a privacidade de nossas crianças nas redes sociais", mas a medida não foi adiante.

Danos provocados pelo Instagram em adolescentes

WSJ citou estudos do Facebook nos últimos três anos que examinaram como o Instagram afeta sua base de usuários jovens, com as adolescentes sendo mais prejudicadas. Mais de 40% dos usuários do Instagram têm 22 anos ou menos, de acordo com materiais que o jornal teve acesso.

O relatório interno do Facebook aponta que 13% dos adolescentes britânicos e 6% dos americanos relataram ter pensamentos suicidas relacionados ao Instagram. Entre as meninas, 32% afirmaram que a rede social as faziam se sentir pior em relação ao seu corpo e que 14% dos meninos disseram que a plataforma os fez sentir-se pior sobre si mesmos.

Em uma postagem no blog do Instagram, a chefe de políticas públicas da rede social, Karina Newton, respondeu ao WSJ afirmando que que a empresa está pesquisando maneiras de afastar os usuários de certos tipos de postagens.

Fonte: Tecmundo

Facebook Sabe que Instagram é Prejudicial para a Saúde Mental de Adolescentes

Uma reportagem do Wall Street Journal (WSJ), publicada na última terça-feira (14), mostrou que o Facebook confirmou com pesquisas que seu aplicativo Instagram é prejudicial a vários adolescentes.

O WSJ citou estudos da plataforma feitos nos últimos três anos que examinaram como o aplicativo afeta sua base de usuários jovens. Eles tiveram acesso aos slides de comunicação interna da empresa — o que possibilitou a análise de documentos em áreas como saúde mental, discurso político e tráfego de pessoas. 

Quem conduziu tudo isso foram funcionários do Facebook em áreas de ciência de dados, marketing e desenvolvimento de produtos que trabalham em uma série de questões relacionadas à forma como os usuários interagem com a plataforma. Muitos têm formação em ciência da computação, psicologia e análise quantitativa e qualitativa.

O que o Facebook sabe?

“Trinta e dois por cento das meninas adolescentes disseram que quando se sentiam mal com seus corpos, o Instagram as fazia se sentir pior”, disseram os cientistas em uma apresentação interna de março de 2020, revisada pelo jornal. “As comparações no Instagram podem mudar a forma como as jovens se veem e se descrevem”.

Isso confirmou uma pesquisa anterior, feita em 2019, que afirmava que a plataforma tornava pior o problema de imagem corporal para uma em cada três meninas adolescentes.

Em um outro slide, o Facebook disse “os adolescentes culpam o Instagram pelo aumento da taxa de ansiedade e depressão. Essa reação foi espontânea e consistente em todos os grupos.” Entre os adolescentes que relataram pensamentos suicidas, 13% dos usuários britânicos e 6% dos usuários americanos desenvolveram o problema pelo Instagram.

Em cinco apresentações ao longo de 18 meses, os analistas também conduziram o que chamaram de “mergulho profundo na saúde mental de adolescentes” e estudos de acompanhamento.

Com isso, eles chegaram à conclusão de que alguns dos problemas eram específicos da página, e não da mídia social de forma mais ampla. “A comparação social é pior no Instagram”, diz a empresa. Ela avisa que a página Explorar, que exibe fotos e vídeos com curadoria de um algoritmo, pode enviar os usuários a conteúdos que podem ser prejudiciais. “Aspectos do Instagram se exacerbam para criar uma tempestade perfeita”, afirma a pesquisa.

O estudo foi revisado pelos principais executivos do Facebook e citada em uma apresentação feita em 2020 a Zuckerberg, de acordo com os documentos.

Um problema de milhões

A rede social tem milhões de acessos diários e cresce a cada dia. Mais de 40% dos usuários têm 22 anos ou menos, e cerca de 22 milhões de adolescentes se conectam ao Instagram só nos Estados Unidos todos os dias. Em média, os adolescentes do país passam 50% mais tempo no Instagram do que no Facebook. A partir disso é possível ter, pelo menos um pouco, a dimensão do problema.

Segundo a publicação do Journal, os cientistas estão tentando encontrar maneiras de reduzir esses danos e, ao mesmo tempo, manter as pessoas na plataforma. No entanto, o que tem sido feito até agora não tem surtido efeito.

Durante anos, o Facebook experimentou ocultar a contagem de “curtidas” que as pessoas veem em suas fotos. Isso porque os adolescentes disseram que isso lhes causavam ansiedade e contribuíam para seus sentimentos negativos. Mas quando isso foi feito em um programa piloto chamado Projeto Daisy, descobriu-se que, na verdade, a ação não era efetiva.

Mesmo assim, o Facebook lançou a mudança como uma opção, depois que executivos seniores argumentaram com Zuckerberg que isso poderia fazer com que parecessem bem por abordar o problema, de acordo com os documentos. Ou seja, a implementação foi uma fachada para a empresa parecer bem no mercado.

“Um lançamento do Daisy seria recebido pela imprensa e pelos pais como uma forte indicação positiva de que o Instagram se preocupa com seus usuários, especialmente quando visto junto com outros lançamentos positivos para a imprensa”, escreveram executivos do Facebook em uma discussão sobre como apresentar suas descobertas ao Sr. Zuckerberg.

O que fazer agora?

Enquanto o Instagram não encontra soluções para melhorar sua saúde mental, fica por conta do próprio usuário entender como está sendo impactado e detectar o que as redes sociais estão lhe causando.

Fazer um detox digital pode ser o primeiro passo para melhorar sua disposição e cortar o vício. Além disso, seguir páginas que não pressionem por uma beleza estética ideal e mostram corpos reais pode ser bom para a autoimagem. Por fim, e é uma dica eficaz em qualquer situação de piora na saúde mental, entrar para o processo de psicoterapia — que irá ajudar não só nesse problema, mas em todos os outros aspectos da vida — nunca é tarde.

Fonte: Gizmodo.UOL

Facebook sabe que o Instagram é tóxico para jovens meninas adolescentes.

Reportagem do Wall Street Journal revela pesquisas da empresa sobre a saúde mental das adolescentes que usam a rede social.


Pesquisas internas mostram que o Facebook sabe dos impactos negativos das redes sociais REPRODUÇÃO/PEXELS


Uma matéria publicada pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal, na última quarta-feira (15), revela, a partir de documentos, que o Facebook sabe que o Instagram é prejudicial para jovens meninas. 

Anastasia Vlasova, uma adolescente entrevistada pela reportagem, afirmou que que há cerca de um ano começou a fazer terapia, depois que desenvolveu um distúrbio alimentar causado pelo tempo em que passava no Instagram. 

No mesmo período em que Anastasia começou seu tratamento, pesquisadores que pertencem ao Facebook estudavam o problema. 

Em uma apresentação de slides feita em março de 2020, a equipe anunciou que 32% das adolescentes disseram que, quando se sentiam mal com seus corpos, o Instagram contribuía para piorar esse sentimento.

O levantamento foi revisado pelo WSJ e mostra que comparações no aplicativo podem mudar a forma como jovens mulheres se veem e se descrevem.

Nos últimos três anos, o Facebook realizou estudos sobre como o Instagram afeta seus milhões de usuários, principalmente adolescentes. Um slide de 2019 aponta que o aplicativo piorou os problemas de imagem corporal para uma em cada três garotas. Outros dados mostram que elas culpam a plataforma pelo aumento nas taxas de ansiedade e depressão. 

"Entre os jovens que relataram pensamentos suicidas, 13% dos usuários britânicos e 6% dos usuários americanos relacionaram o desejo de se matar com o Instagram", mostrou uma apresentação da empresa.

De acordo com a publicação, mais de 40% dos usuários do Instagram têm 22 anos ou menos, e cerca de 22 milhões de adolescentes acessam o aplicativo nos EUA todos os dias, em comparação com cinco milhões de pessoas da mesma faixa etária que entram no Facebook, número que vem encolhendo há anos. 

O Facebook não tornou sua pesquisa pública ou disponível para acadêmicos ou legisladores que solicitaram o  material. Em uma audiência no Congresso dos EUA em março de 2021, o CEO Mark Zuckerberg disse que o levantamento revelava que o uso de aplicativos para se conectar com outras pessoas pode ter benefícios positivos para a saúde mental. 

Em maio, o chefe do Instagram, Adam Mosseri, disse à imprensa que as pesquisas mostravam que o efeito da plataforma sobre o bem-estar dos adolescentes era provavelmente "bastante pequeno". Entretanto, disse que se esforçava para que a empresa abraçasse suas responsabilidades de forma mais ampla. 

O que o Facebook sabe

A reportagem mostra também que a empresa de Zuckerberg fez pesquisas online e estudos diários em 2019 e 2020. Além de estudos em larga escala com dezenas de milhares de pessoas em 2021 que associaram as respostas dos usuários com os próprios dados do Facebook sobre quanto tempo eles passaram no Instagram e o que viram lá.

Em cinco apresentações ao longo de 18 meses, os funcionários responsáveis pela pesquisa realizaram o que chamaram de "mergulho profundo na saúde mental adolescente" e estudos de acompanhamento. A equipe chegou à conclusão de que alguns dos problemas eram específicos do Instagram, e não das mídias sociais de forma geral. Principalmente em relação à chamada "comparação social'. 

A tendência de compartilhar apenas os melhores momentos e a pressão para parecer perfeito podem  levar adolescentes a distúrbios alimentares e à depressão, de acordo com uma pesquisa interna feitam em março de 2020. Além disso, o algotitmo pode direcionar os usuários a conteúdos prejudiciais. A pesquisa foi revisada pelos principais executivos do Facebook, e foi citada em uma apresentação em 2020 dada a Zuckerberg.

Em agosto deste ano, os senadores Richard Blumenthal e Marsha Blackburn em uma carta ao CEO pediram para que ele deixasse pública o levantamento de dados internos do Facebook sobre o seu impacto na saúde mental dos jovens.

Em resposta, a empresa enviou aos senadores uma carta de seis páginas que não incluía os próprios estudos. Em vez disso, disse que há muitos desafios relacionados à realização de pesquisas neste campo e apontou: "Não estamos cientes de um consenso sobre quanto tempo de tela é 'demais'". 

Em um estudo com adolescentes nos EUA e no Reino Unido, o Facebook descobriu que mais de 40% dos usuários do Instagram que se sentiam "pouco atraentes" disseram que isso começou ao usarem o aplicativo. Cerca de 25% que relataram "não se sentirm bons o suficiente" também culparam a plataforma. 

Entretanto, os pesquisadores observaram que os jovens que lutam contra os efeitos psicológicos da plataforma não estavam necessariamente deixando de usá-la. Os adolescentes relataram regularmente querer passar menos tempo no Instagram, mas não tinham autocontrole para isso.

Em março, os profissionais ainda disseram que o Instagram deveria reduzir a exposição a conteúdos de celebridades sobre moda, beleza e relacionamentos, ao mesmo tempo em que deveriam aumentar a exposição ao conteúdo de amigos próximos dos usuários. 

Durante o isolamento social da pandemia da covid-19, "se você quisesse mostrar aos seus amigos o que estava fazendo, você tinha que usar o Instagram", disse Destinee Ramos, 17 anos, ao WSJ. "Estamos inclinados a chamá-lo de obsessão".

Os meninos não estão imunes aos problemas causados pela rede scoial. Nas pesquisas feitas em 2019, 14% dos jovens americanos disseram que o Instagram piorou sua autoestima. Além disso, em um relatório sobre imagem corporal feito em 2020, os pesquisadores descobriram que 40% dos adolescentes experimentaram comparação social negativa.

Fonte: Notícias R7

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