Três senadores da ala democrata assinaram uma carta aberta em reação à recente investigação interna partilhada pelo Wall Street Journal.
Como conta o CNet, a carta surge como reação à investigação interna do Facebook a que o The Wall Street Journal teve acesso, onde a empresa reconhece impactos negativos na saúde mental dos adolescentes.
“À medida que a Internet - e as redes sociais em específico - se torna cada vez mais enraizada nas vidas das crianças e dos adolescentes, ficamos profundamente preocupados que a vossa empresa continue a falhar na sua obrigação de proteger os utilizadores mais jovens”, pode ler-se na carta, onde se pede que a empresa “cesse todos os esforços” no lançamento da versão do Instagram para crianças.
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Fonte: Notícias ao Minuto
Legisladores do partido Democrata, nos EUA, estão pedindo ao CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, que desista do plano de lançar um “Instagram para crianças”. Eles citam a pesquisa interna da empresa que declara que a plataforma provoca problemas de saúde mental, incluindo ideia de suicídio entre seus usuários adolescentes, principalmente meninas. A pesquisa foi revelada pelo Wall Street Journal, como explicamos aqui.
A exigência surge no momento em que os principais legisladores do Comitê de Comércio do Senado anunciam planos para investigar a empresa com a ajuda de um “denunciante do Facebook”.
“Crianças e adolescentes são populações especialmente vulneráveis online, e essas descobertas pintam uma imagem clara e devastadora do Instagram como um aplicativo que representa ameaças significativas ao bem-estar dos jovens”, disseram os legisladores.
A carta é assinada pelo senador Ed Markey, de Massachusetts, e pelos representantes Kathy Castor e Lori Trahan, da Flórida e Massachusetts.
A conclusão da pesquisa interna, que o Facebook ignorou, foi que uma porcentagem considerável de adolescentes acreditava que o aplicativo era responsável por problemas de saúde mental relacionado a sua imagem.
Membros do Comitê de Comércio do Senado disseram que o Facebook provou ser incapaz de se responsabilizar, dizendo que sua abordagem de “crescimento a qualquer custo” coloca os lucros acima da “saúde e vida de crianças e adolescentes”.
“Quando teve a oportunidade de nos esclarecer sobre seu conhecimento do impacto do Instagram sobre os usuários jovens, o Facebook forneceu respostas evasivas que eram enganosas e encobriram evidências claras de danos significativos”, disseram os legisladores.
Markey, Castor e Trahan comentaram nesta quarta-feira (15), que os documentos outrora secretos destacam “a responsabilidade do Facebook de mudar fundamentalmente sua abordagem para se envolver com crianças e adolescentes online”. Eles sugerem que a empresa comece abandonando seus planos de lançar um aplicativo Instagram voltado diretamente para as crianças.
“A medida que a Internet — e especificamente as mídias sociais — se torna cada vez mais enraizada na vida de crianças e adolescentes, estamos profundamente preocupados que sua empresa continue falhando em sua obrigação de proteger os usuários jovens e ainda não se comprometeu a interromper seus planos de lançar novas plataformas visando crianças e adolescentes”, disse a carta do legislador a Zuckerberg.
Em março, o BuzzFeed News revelou que o Facebook estava planejando construir uma versão do Instagram destinada a crianças menores de 13 anos. Adam Mosseri, o chefe do Instagram, confirmou que a empresa estava explorando a ideia na época.
O Facebook pintou o conceito como uma “solução” para os desafios de verificação de idade em suas plataformas; uma plataforma com controles mais fortes e transparência para os pais (parecido com o YouTube Kids).
Os críticos dizem que o negócio de um trilhão de dólares é motivado puramente pelo lucro e pelo desejo de atrair crianças a seus produtos mais cedo, para que possam ser monetizados como usuários no futuro, da mesma forma que o YouTube Kids atualmente leva os mais jovens a consumirem a plataforma.
Quase todos os lucros do Facebook vêm de anúncios que visam seus usuários com base em uma análise de seus hábitos online.
A carta dos legisladores também fazia perguntas específicas a Zuckerberg. Entre os questionamentos, se ele havia revisado pessoalmente a pesquisa sobre danos psicológicos causados pelo Instagram. Na carta também foi solicitado que o CEO divulgue qualquer plano futuro da empresa para atrair o público mais jovem e a quanto tempo o Facebook vinha estudando o impacto de seus produtos na saúde mental dos adolescentes.
“Diante dessa nova evidência, nós fortemente encorajamos você a cessar todos os esforços para lançar quaisquer novas plataformas para crianças ou adolescentes”, escreveram os legisladores em um trecho da carta.
Fonte: Gizmodo
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