Pode parecer ficção científica, mas os avanços na tecnologia háptica e uma nova abordagem para a geração de realidade virtual estão ajudando a
criar experiências virtuais que são muito mais realistas e envolventes do que
qualquer coisa já conseguida antes.
Telepresença e telemedicina
Aproximando-se ainda mais do tradicional Holodeck, da série Jornada
nas Estrelas, o sistema permite ter a sensação do tato ao tocar objetos virtuais
e até mesmo sentir os movimentos de um parceiro de dança virtual.
Os usuários não apenas veem e ouvem seu ambiente virtual, os objetos e os
avatares, como também podem tocá-los e interagir com eles.
A tecnologia abre caminho para novas aplicações em telepresença, telemedicina
e design industrial, além, é claro, dos jogos e do entretenimento.
"Os aspectos audiovisuais da realidade virtual avançaram muito nos últimos
anos. Assim, acrescentar a sensação de toque é o próximo passo," diz Andreas
Schweinberger, pesquisador da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha.
"Sabemos que, quanto mais os sentidos puderem ser usados, mais interação e maior
a sensação de presença. E uma forte sensação de presença significa que a
experiência será mais envolvente e mais realística."
Geração de objetos virtuais
Schweinberger liderou uma equipe de nove universidades e institutos de
pesquisa europeus no desenvolvimento da tecnologia necessária para tornar
palpáveis os objetos e personagens da realidade virtual.
O projeto Immersence, que acaba de apresentar seus resultados finais,
resultou na criação, ainda em escala de laboratório, de interfaces táteis e
multimodais inovadoras.
Isto exigiu a criação de novas técnicas de processamento digital de sinais e
de um método pioneiro para gerar, em tempo real, objetos virtuais a partir de
objetos do mundo real.
Esta tecnologia de "virtualização online" utiliza um scanner 3D e um sistema
de modelagem para criar uma representação virtual de um objeto real, como um
copo, uma caixa ou o protótipo de um produto.
A representação digital 3D do objeto pode então ser transmitida a alguém em
um local remoto. Usando óculos especiais e usando uma interface tátil, o usuário
que recebe a imagem virtual pode movimentá-la, tocá-la e até sentir seu
peso.
Os pesquisadores também aprimoraram técnicas que permitem ao usuário sentir
diferentes texturas e a rigidez de um objeto, permitindo que se diferencie, pelo
toque virtual, entre objetos duros, macios ou até mesmo líquidos.
Interação humana em ambiente virtual
Naquilo que parece ser ainda mais promissor, os pesquisadores não se
limitaram à interação homem-objeto: eles desenvolveram uma tecnologia para
permitir a interação humano-humano em um ambiente virtual.
Em um dos experimentos, uma plataforma robótica móvel, equipada com dois
braços robóticos, serviu como parceiro de dança de uma dançarina humana real,
permitindo que o sistema registrasse todo o andamento da dança.
Em seguida, um usuário, usando óculos de realidade virtual, no qual ele
enxergava uma parceira de dança virtual do sexo oposto, pode dançar com o robô,
como se estivesse dançando com o avatar projetado em seus óculos.
"Para programar o robô, nós primeiro registramos a força, o equilíbrio e o
movimento de um dançarino humano real e aplicamos estes registros para
movimentar o robô. Em um ambiente de realidade virtual, o robô poderia ser um
agente controlado por computador ou o avatar de outra pessoa," diz
Schweinberger.
Pode parecer ficção científica, mas avanços na tecnologia háptica e
uma nova abordagem para a geração de realidade virtual estão ajudando a criar
experiências virtuais mais realistas e envolventes. [Imagem: Immersence]
Teletransporte virtual
Os gamers têm, obviamente, muitos motivos para se entusiasmar com
estas novas tecnologias, que prometem trazer uma nova dimensão de realismo aos
ambientes de realidade virtual.
Muito além do entretenimento, contudo, existem muitas aplicações paras
tecnologias háptica e de realidade virtual.
Os médicos, por exemplo, poderão usá-las para tratar pacientes remotamente,
fisioterapeutas poderão usá-las para treinamento e reabilitação, e
designers industriais poderão colaborar remotamente "teletransportando"
modelos virtuais dos seus projetos pela internet.
"A pesquisa também ajudará no desenvolvimento de robôs cognitivos mais
capazes de interagir com os seres humanos," observa Schweinberger.
Agora que o projeto Immersense finalizou seus trabalhos, os diversos
parceiros continuarão o desenvolvimento das tecnologias individuais, visando
sobretudo sua colocação no mercado. [Fonte: Inovação Tecnológica]
Os pesquisadores não se limitaram à interação homem-objeto: eles
desenvolveram uma tecnologia para permitir a interação humano-humano em um
ambiente virtual. [Imagem: Immersence]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua participação!